Na adega: Trasfega e Sulfitagem (Tinto 2018) 🚜📋


Hoje concluí a trasfega ao ar da colheita do ano passado.

O que é a trasfega?


A trasfega é a operação que consiste na transferencia do vinho de um recepiente para o outro, separando o vinho limpo das borras ou depositos, com precaução.

Existem dois tipos de trasfegas, as trasfegas ao ar, recomendadas para vinhos novos e as trasfegas ao abrigo do ar, recomendadas para vinhos mais envelhecidos. 

A trasfega que executei foi trasfega ao ar, ambas se realizam em tempo claro e seco pois a pressão atmosférica é elevada e os gases dissolvidos não têm tendencias a se perderem, resultando numa boa clarificação do vinho. É possivel executar 4 trasfegas durante o ano.

As trasfegas ajudam a limpar um vinho, ou seja, ajudam na eliminação das borras que podem ser problemáticas, já que uma elevada turbidez indica uma maior presença de microorganismos e possíveis alterações biológicas. Portanto, é importante eliminá-las se queremos manter um vinho são. 
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Objetivos da trasfega:

– Efeito homogeneizador;
– Permite eliminar o excesso de dióxido carbónico;
– Permite efectuar correcções.
– Estabilidade química e microbiológica;

– Dissolução de oxigénio:

. Benefícios organolétpticos;
. Favorece o acabamento de fermentações;
. Intensificação e estabilização da cor .

Material utilizado: 

- bomba de trasfega
- uma mangueira da bomba
- uma mangueira de água com agulheta
- uma celha
- um filtro
- ácido tartárico
- metabissulfito de potássio (sulfitos)


Como fiz:

Levei uma primeira amostra para análise em laboratório e surgiram os presentes resultados:




Na adega, com o material bem limpo e lavado, comecei por montar a bomba dentro da celha e as mangueiras direcionadas para as vasilhas.


Abri a torneira da cuba e enchi lentamente com a ajuda de um filtro, metade da celha, de seguida calculei a quantidade de metabissulfito de potássio (K2S2O5) ácido tartárico (C4H6O6) recomendados na análise para adicionar, há quem utilize sulfuroso (SO2) embora o resultado seja o mesmo, dissolvendo no vinho, dividindo 275 litros por duas pipas, uma de 150 litros e outra de 200 litros.

Para evitar contaminações, a regra do metabissulfito de potássio (K2S2O5) é a seguinte:

Quanto mais acido for o vinho, menos metabissulfito leva e quanto menos acido for, mais metabissulfito mistura-se.
{50-100g para 500 l}

Exemplo: se um mosto tem ph 3,8, adicionamos 742mg por litro e se tiver ph 3,7 reduzimos para 586mg.

Tabela elucidativa das dosagens

Para corrigir a acidez, a regra do acido tartárico (c4h6o6) é a seguinte:

Para medir a acidez utiliza se o aparelho titulimétrico

Retomando

Após isso feito, liguei a bomba e abri a torneira da cuba muito lentamente, sem abanar a cuba para não misturar os depositos ou borras com o vinho limpo e comecei a transferir todo o vinho limpo para ambas as pipas.

Foi um trabalho um pouco demorado, mas com cuidado ficou bem feito.

No fim, com quase tudo concluido, tampei as pipas para não oxidarem e com a mangueira de água de agulheta lavei a cuba, despejando todo o deposito de borras nela presentes.
Lavei tambem todo o material utilizado.

Passado umas 4 semanas, o vinho está pronto e especializado para consumo.

Neste caso, como sao pipas, eu enchi umas garrafas de vez enquando para consumo.

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