Dia da região do dão 116 anos!
Região Demarcada do Dão
Não é possível determinar com exatidão quando começou a prática da vitivinicultura no Dão. Sabe-se que é anterior à nacionalidade portuguesa, sendo claramente um reflexo das diferentes culturas que foram ocupando diversas zonas da Península Ibérica. Existem cerca de 80 lagaretas cavadas na rocha com diferentes formas e dimensões e de diferentes épocas. A partir do séc. XV, existe informação contínua referindo a qualidade e importância económica do vinho no Dão. Devido ao atraso da entrada da filoxera nos planaltos da região, no séc. XIX a vitivinicultura atingiu o máximo da importância, em alternativa às regiões vitícolas já destruídas com os flagelos americanos.
Em 18 de Setembro de 1908, uma Carta de Lei estabelece formalmente a Região Demarcada do Dão. O regulamento para a produção e comercialização dos vinhos aí produzidos surge dois anos volvidos, em 25 de Maio de 1910, com o Decreto regulamentador. Com esta decisão, o Dão tornou-se a primeira região de vinhos não licorosos a ser demarcada e regulamentada no nosso país.
A região demarcada do dao está dividida em 7 sub-regiões, sao elas:
Sub-Região de Besteiros, nos concelhos de Mortágua, Santa Comba Dão e a minha cidade de Tondela
Sub-Região Alva, nos conselhos de Oliveira do Hospital e Tábua
Sub-Região Castendo, nos concelhos de Penalva do Castelo e Sátão
Sub-Região Silgueiros, no Concelho de Viseu
Sub-Região Serra da Estrela, nos concelhos de Gouveia e Seia
Sub-Região Terras de Senhorim, nos concelhos de Carregal do Sal e Nelas
Sub-Região Terras de Azurara, no concelho de Mangualde
A regiao tem um relevo acidentado, de solos graniticos, com terroir e clima temperado favoraveis de larga amplitude termica. Os vinhos apresentam acidez excepcional de aromas complexos e delicados, com caracter elegante, equilibrado e maturo que combina com a gastronomia local.
A região conta já com cerca de 20 000 hectares de vinha
A evolução
O Dão ficou desde sempre afamado pela produção de vinhos de mesa com um perfil muito particular: vinhos nobres, elegantes, boas escolhas para acompanhar variadas criações gastronómicas, com elevado potencial de guarda e até com algumas semelhanças com a prestigiada região francesa da Borgonha. Já no século XIX era significativa a exportação de vinhos do Dão para França e Brasil. Todas estas características foram sendo reconhecidas e apreciadas pelos consumidores, com o Dão a assumir-se como região privilegiada no país para a produção de vinho.
Todavia, a partir das décadas de ’60 e ’70 do século XX, a produção dos vinhos do Dão foi-se deteriorando, uma vez que se começou a apostar mais no volume de produção e menos na qualidade. As adegas cooperativas dominavam o mercado e o Dão ressentiu-se de toda a orientação seguida nessa época.
Depois de uma certa “travessia do deserto”, o Dão foi retomando o caminho mais correcto, sobretudo a partir de meados da década de 90, momento em que se começou a verificar uma melhoria muito significativa da generalidade dos vinhos da região, o que tem permitido um renascimento fantástico, muito devido ao investimento de pequenos vitivinicultores na região donde surgiram os vinhos de Quinta. Exemplo disso são a Quinta da Pellada/Saes, Quinta dos Roques, Quinta dos Carvalhais, entre outros.
Às novas práticas vitícolas e às novas tecnologias de vinificação aliou-se um espírito empreendedor de querer fazer melhor, com resultados que têm provado que as novas opções têm sido as mais correctas. Algumas das mais importantes empresas de vinho portuguesas estão representadas no Dão, somando-se inúmeros produtores privados que têm conseguido vinhos de quinta de qualidade já reconhecida.
Castas
O Dão apresenta uma grande diversidade de castas, entre as quais as tintas Touriga Nacional, Alfrocheiro, Jaen e Tinta Roriz, e Encruzado, Bical, Cercial, Malvasia Fina e Verdelho nos brancos.
Jaen |
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